Quarta-feira, 01 de Maio de 2024
São Bernardo inicia entrega de cartilhas com reflexões antirracistas nas escolas municipais

 

Documento orientador amplia trabalho já realizado em sala de aula com subsídios para o combate ao racismo dentro e fora do ambiente escolar

“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”, diz Nelson Mandela. Neste contexto, a Prefeitura de São Bernardo lançou, nesta sexta-feira (17/11), cartilha com reflexões sobre Educação Antirracista. O material está sendo entregue para todos profissionais da educação, estudantes e famílias, numa estratégia de ampliar todo o trabalho feito nas unidades de ensino, fornecendo subsídios para o combate ao racismo dentro e fora da sala de aula.

Em visita à EMEB Dr. Vicente Zammite Mammana, o prefeito Orlando Morando destacou que essa é mais uma importante política pública cujo objetivo é tornar São Bernardo uma cidade antirracista. “Já temos lei que pune o racismo e a injúria racial nos equipamentos públicos, cotas para a população negra em concursos públicos e estamos avançando na construção de medidas de promoção da igualdade racial de forma transversal no município. Nosso desejo é que a nossa população possa conviver em harmonia, com tolerância e respeito. E acredito que a Educação é o melhor caminho”, considera.

O documento orientador foi criado pela Secretaria de Educação e aborda desde legislações, projetos da Educação em relação ao tema, pesquisas, reflexões e opções para mudanças no vocabulário a fim de evitar expressões racistas no dia a dia. “A escola é uma instituição social e, infelizmente, não está imune ao racismo. Mas acreditamos que a educação é o principal mecanismo de combate a esse crime, já que, a partir dela, podemos atuar tanto na conscientização acerca dos danos do racismo quanto compartilhar os saberes, culturas e histórias de povos africanos e indígenas”, ressalta a secretária de Educação, Sílvia Donnini.

O estudante do 3º ano do Fundamental, Lincon Lima Neves, 9 anos, considera “importante” aprender sobre o racismo. “Acho que, às vezes, as pessoas falam coisa sem saber que estão cometendo racismo e, agora, vamos ter condições de ajudar elas a saberem o que está certo e errado”. Já a aluna Lorena Rocha Damasceno, 10 anos, acredita que “provavelmente quem comete racismo não aprendeu desde criança que racismo é um crime”. “Essa cartilha é muito boa, porque ensina a gente a não fazer racismo”, complementa. 

APOIO – Para a professora Caroline Pereira da Silva, da EMEB Dr. Vicente Zammite Mammana, a cartilha vem apoiar todo o trabalho já desempenhado pela educação municipal em torno do tema. “Dentro das aulas, já trabalhamos educação antirracista, inclusive na construção de uma identidade positiva para as crianças negras. A cartilha vem complementar. Um material muito bem elaborado, de linguagem simples, estética bonita, que permite a interação e estende esse trabalho para fora da escola, para as famílias e comunidade escolar”, destaca.

MÚSICA – Como forma de coroar o início da entrega das cartilhas com reflexões sobre educação antirracista, os estudantes dos 3ºs e 4ºs anos do Ensino Fundamental da EMEB Dr. Vicente Zammite Mammana realizaram apresentação comandada pelo professor de música Paulo Gama, com canções que remetem às cantadas por escravos. A unidade de ensino está inserida no Programa Educar Mais e, desde junho de 2023, recebe aulas de música por meio do Programa Mais Música.

OUTRAS POLÍTICAS ANTIRRACISTAS – São Bernardo foi a primeira cidade da Região Metropolitana a aderir ao projeto cidades antirracistas do Ministério Público. Além disso, foi criado o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, formado por integrantes de órgãos públicos e sociedade civil, e sancionada Lei Municipal que reserva 25% das vagas ofertadas nos concursos públicos aos negros. Também vigora no município legislação que pune com multa de até R$ 15 mil atos de discriminação por conta da raça, cor e etnia dentro dos equipamentos esportivos.

Por Natália Fernandes


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